ORIGEM – Devido ao excesso de produção de ovinos de corte durante os anos de 1930, que não podiam ser consumidos localmente nem exportados devido às suas pobres qualidades de carcaça, tornou-se evidente a necessidade de uma nova raça de ovinos de corte que pudesse produzir uma carcaça de qualidade elevada nas áreas mais secas da África do Sul. Através da importação de carneiros de raças de corte que eram cruzados com ovelhas deslanadas nativas ou mesmo ovelhas da raça Merino, foram feitas várias pesquisas que apesar de obterem uma carcaça de qualidade, perdia-se em adaptabilidade, característica importante para as condições de criação do país. Em 1942, começa a se desenvolver uma nova raça a partir do cruzamento de carneiros Dorset Horn com ovelhas Blackhead Persian, seguindo critérios de seleção específicos para o tipo de animal desejado. Em 1950 durante uma reunião entre criadores e alguns técnicos em ovinocultura, é feita a escolha do nome da nova raça: DORPER, que é a composição das primeiras silabas dos nomes das raças formadoras DORset Horn e PERsian. Nesta mesma reunião, é fundada a Associação de Criadores de Dorper da África do Sul.

ASPECTO GERAL – O ovino Dorper deve ser simétrico e bem proporcionado (balanceado), com temperamento calmo e uma aparência vigorosa. A impressão geral deve ser a de um ovino robusto e bem musculoso. O Dorper foi criado com o único propósito de produzir carne o mais eficientemente possível, sob variadas e mesmo desfavoráveis condições ambientais.

CABEÇA – A cabeça de forma triangular deve ser forte, longa, com olhos distanciados protegidos por pele grossa. As narinas devem ser bem abertas, boca forte, maxilares fortes e bem posicionados. A testa não deve ser côncava. O chanfro semi convexo é o ideal, evidenciando-se a presença de rugas nos machos. As orelhas devem ser de tamanho mediano implantadas horizontalmente e o pavilhão voltado para a frente. A cabeça deve ser coberta por pelos curtos e negros. O selo nasal, lábios e pálpebras devem ser pretos. Os machos podem ser mochos ou aspados, sendo que os chifres grandes e pesados são indesejáveis.

PESCOÇO E QUARTO DIANTEIRO – O pescoço deve ser de comprimento médio, largo, bem inserido no quarto dianteiro. As paletas devem ser largas e musculosas, paralelas entre si e bem ligadas ao corpo. Um peito moderadamente largo, profundo e ligeiramente proeminente em relação as paletas é o ideal. Os membros anteriores devem ter boa constituição, bem posicionados em relação ao corpo, com bons aprumos e quartelas com adequada inclinação.

TRONCO (BARRIL)- O tronco deve ser longo, profundo e largo, com costelas bem arqueadas e lombo largo e volumoso. A linha dorso-lombar deve ser longa e plana, admitindo-se ligeira depressão atrás das paletas.

QUARTO TRASEIRO – Deve ser musculoso, com entrepernas largos e profundos. A garupa deve ser larga e longa. Os membros traseiros devem ser fortes, bem aprumados e distanciados entre si.

DISTRIBUIÇÃO DE GORDURA -Uma fina camada de gordura distribuída uniformemente sobre a carcaça e entre fibras musculares é o desejado. Demasiado acúmulo de gordura localizada em qualquer parte do corpo é considerado defeito.

PADRÃO DE COR – Ovino branco com a cabeça preta e com 100% de pigmentação no ânus, na vulva e nos cascos. Considerando uma linha imaginária (linha baixa) que passa abaixo dos joelhos, da linha ventral e dos jarretes, admitem-se manchas cuja soma não ultrapasse 10 cm de diâmetro, bem como manchas de 10 x 20 cm no prepúcio ou vulva e períneo. O quarto dianteiro pode ser negro ou com manchas pretas desde que não ultrapasse a linha imaginaria que passa atrás da paleta e o peito para além deste mesmo ponto. Na área do joelho admite-se mancha de até 10 cm, desde que não esteja conectada ao capuz (cor preta que cobre a cabeça, pescoço e paletas). Manchas ou mais de duas pintas (tamanho de 02 mm) pretas acima da linha baixa e após a linha da paleta não são admitidas. A cor branca na cabeça é permitida desde que a mesma não separe completamente a cor preta em duas partes, admitindo-se até 49% de branco somando-se as duas orelhas.

PELO E LÃ – Quanto a cobertura do corpo a raça é classificada como semi-lanada. Na parte superior do corpo apresenta uma mescla de pelo e lã, enquanto na região ventral e membros predominam pelos curtos, lisos e macios.

APTIDÕES
– Produção de carne;
– Adaptabilidade;
– Boa Habilidade Materna;
– Maturidade Sexual: o primeiro cio manifesta-se a partir dos 06 meses de idade;
– Prolificidade: o número de cordeiros nascidos por ovelha parida tem variado de 1,1 a 1,7;
– Fertilidade: a taxa varia de 75% a 97%;
– Peso vivo: é de rápido crescimento, atingindo em média na idade adulta peso vivo de 70kg para fêmeas e 110kg para machos;
– Pele: grande aceitabilidade pela indústria.

DEFEITOS ELIMINATÓRIOS
– Animais extremamente grandes ou extremamente pequenos;
– Defeitos de aprumos e/ou de constituição (cifose, lordose ou escoliose) que prejudiquem a funcionalidade ou a produção;
– Constituição débil;
– Pouca massa muscular;
– Prognatismo e/ou retroagnatismo;
– Criptorquidismo, monorquidismo, hipoplasia testicular, acentuada assimetria testicular, bolsa escrotal bipartida (acima de 1,5 cm);
– Acentuada depressão na linha dorso-lombar;
– Olho azul (total ou manchado);
– Excesso de marrom em volta dos olhos ou nas áreas de cor preta;
– Pelos grossos e duros na região do pescoço;
– Excesso de lã por todo o corpo;- Macho que a partir dos 08 meses apresente a linha média horizontal dos testículos abaixo da linha dos jarretes.