Padrão Racial
ORIGEM – O Ideal é originário da Australia, onde é também conhecido pelo nome de Polwarth. Desde algum tempo já eram conhecidos e muito apreciados os cruzamentos alternativos entre Merinos,
Lincoln e Leicester. Com a finalidade de obterem um ovino
que mantivesse sempre 3/4 de sangue Merino, com as aptidões desejadas, um grupo de ovinocultores australianos decidiu fixar pela seleção e consanguinidade o tipo desejado, utilizando o seguinte cruzamento entre Merino e Lincoln, ambos puros de pedigree:
GERAÇÕES | SISTEMA DE ACASALAMENTO | CRIAS RESULTANTES |
F 1 | Carneiros Merino X Ovelha Lincoln | Meio sangue |
F 2 | Carneiro Merino X Fêmea 1/2 sangue | 3/4 sangue Merino |
F 3 | Carneiro 3/4 sangue X Fêmea 3/4 sangue | 1ª geração Ideal |
Aceitáveis no registro de rebanhos da “Polwarth (Ideal) Associação” | ||
F 4 | Acasalamentos consanguineos | 2ª geração Ideal |
F 5 | Acasalamentos consanguineos | 3ª geração Ideal |
Admissíveis para competirem em Exposições da raça Ideal | ||
F 6 | Acasalamentos consanguineos | 4ª geração Ideal |
F 7 | Acasalamentos consanguineos | 5ª geração Ideal |
Aceitáveis nos Livros Genealógicos dos plantéis da “Polwarth (Ideal) Associação” |
É considerada como data de formação da raça Ideal o ano de 1880.
ASPECTO GERAL – O Ideal é uma raça orientada mais no sentido da produção de lã, portanto com mais ênfase para os caracteres laneiros; o seu equilíbrio zootécnico é orientado 70% para a produção de lã e 30% para a carne. É um ovino de porte médio, bem constituído, denotando vivacidade e vigor, ostentando um velo volumoso. A sua conformação é bem equilibrada e denota bem suas aptidões de rusticidade e produção de lã fina.
CABEÇA – De tamanho mediano, um pouco alongada sem ser estreita nem pontiaguda. É um pouco erguida, dando ao animal um aspecto vigoroso. Não possui chifres, nem o macho nem a fêmea. São admissíveis, mas não desejáveis, pequenos botões desde que não sejam fixos no osso. Deve ser coberta de lã de boa qualidade até a linha média dos olhos, formando um abundante topete, mas que de maneira alguma prejudique a visão. A cara é completamente desprovida de lã, coberta de pêlos brancos, suaves e brilhosos. Deve ainda ser larga e de bom comprimento. O focinho, ou morro, deve ser largo, com narinas amplas, de cor rosada, igual aos lábios, tolerando-se somente pequenas e poucas manchas pretas ou marrons. Orelhas implantadas horizontalmente, com leve inclinação para trás, guardando boa distância entre si, dando lugar a uma nuca ampla. São de tamanho médio e cobertas de pêlos brancos, finos e suaves, ou de lã curta, tolerando-se apenas pequenas e escassas manchas pretas ou marrons. É preferível que as pálpebras e adjacências estejam livres de pigmento escuros. Qualquer parte da cabeça que não for coberta de lã, com excessão das narinas, lábios e pálpebras, deverá ser revestida de pêlos brancos, finos, suaves e sedosos.
PESCOÇO – De comprimento proporcional ao animal, musculoso e de acordo com o aspecto vigoroso da raça. Bem unido a cabeça e ao tronco. Deve estar coberto de pele lisa, ou com pequenas rugas, mas livre de colares, podendo entretanto apresentar uma prega longitudinal no bordo inferior, desde a garganta até o peito.
PEITO – Largo proeminente e de boa profundidade. A pele que o cobre deverá ser uma pouco “solta”, mas preferencialmente sem pregas, tolerando-se um avental discreto.
PALETAS – Paletas em linha com o costilhar e unidas em uma cruz de boa amplitude, em harmonia com o peito, pescoço e aprumos dianteiros. Tem musculatura muito boa para um animal laneiro.
TRONCO – O Ideal tem como objetivo preponderante, principal, a produção de lã fina, de grande qualidade, entretanto não pode ser descuidada a sua aptidão carniceira. Deverá portanto ter um tronco comprido, largo e profundo, com costelas arqueadas. Não deverá ter reentrância entre paletas e costilhares. O dorso, lombo e garupa devem formar uma linha num mesmo nível. Desvios da coluna, dando origem a animais com lordose, cifose ou escoliose, são considerados defeitos graves.
GARUPA – Deve ser ampla, bem proporcional ao tronco. Observando-se o animal de perfil, continuará harmonicamente a linha do lombo, descendo suavemente até o nascimento da cola. Olhando-se de cima, seguirá as linhas laterais do tronco, sem estreitamentos bruscos.
QUARTOS – Bem conformados, musculosos, evidenciando um entrepernas profundo.
MEMBROS – Com bom comprimento, mas nunca em excesso. Ossos fortes, mas não muito grossos. Devem Ter bvons aprumos, de tal maneira que os anteriores correspondam a largura do peito, e os posteriores harmonizem-se com a amplitude da garupa e com a abertura e profundidade do entrepernas. O garreio é de boa qualidade, embora não seja muito volumoso. Os cascos são brancos, tolerando-se umas poucas estrias escuras.
VELO – Volumoso, denso, extenso, com um exterior parelho, muito uniforme quanto a finura, bom caracter e comprimento de mechas. Nos carneiros de plantel atinge 8 a 10 kg, sendo comum pesos bem superiores em animais de galpão. Fêmeas de plantel, bem alimentadas produzem velos de 5 kg, sendo que já se constatou velos com 9 a 10 kg em borregas de cabanha. Fêmeas de rebanho geral produzem 3,5 kg em média, entretanto existem rebanhos de alta seleção e bem manejados em que são atingidas média de 4,5 kg.
LÃ – O diâmetro médio das fibras de lã dos ovinos desta raça varia de 23 a 26 micrômetros, que de acordo com a Norma Brasileira de Classificação de Lã Suja corresponde às finuras AMERINADA, PRIMA A e PRIMA B, e na escala de Bradford corresponde de 62´s a 58´s. De acordo com o Padrão da Raça as finuras do Ideal são PRIMA A e PRIMA B, tolerando-se a finura AMERINADA para fêmeas. O comprimento da mecha, com um ano de crescimento, é de 12 e 13 cm, não sendo aceito nunca menos de 10 cm. Lã de grande suavidade ao tato, devem ser de cor branca, com suarda translúcida e fluídica, bem distribuída. O rendimento ao lavado chega ser superior a 73%. Muito bom carácter, com cerca de 10 a 15 ondulações para 25 milímetros de comprimento de mecha.
APTIDÕES – Raça rústica, prolífera e sóbria. Produz bem no sistema extensivo. Lã de grande qualidade e valor industrial. Em boas condições de alimentação produz um bom cordeiro para o abate, e bom capão.
DEFEITOS
– Constituição débil
– Porte muito reduzido
– Desvios acentuados da coluna dorso lombar
– Malformações bucais
– Mechas de lâ muito curtas
– Falta de densidade de cobertura da lã no dorso, lombo e barriga
– Presença notável de pelos ou de lã muito meduladas em qualquer região do velo
– Acentuada desuniformidade de finura de lã entre diferentes regiões de velo
– Garreios impuros
– Finuras muito afastadas das preconizadas no padrão da Raça
– Suarda muito amarelada, granulosa e mal distribuída
– Velos que até a “meia lã” aparecem como cobertos por uma camada de pelos de maior diâmetro que as fibras de lã e que as ultrapassam, dando a impressão de velos peludos.
– Cascos pretos
– Chifres ou troncos grandes e fixos – Qualquer mancha preta ou marrom, ou mesmo de outra cor em qualquer parte do velo
– Mucosas, pele entre as narinas, lábios ou conjuntivas negras ou muito marrons
– Pêlos grosseiros, gessados, em lugar de pêlos brancos, finos, suaves e brilhantes – Defeitos de aprumos.