A força da mulher na administração de negócios rurais – Parte II

Qualidade de vida. Esse foi o motivo que levou Denise Victório a trocar um trabalho burocrático em São Paulo, por um negócio rural no interior do Estado. Na segunda reportagem especial sobre mulheres a frente de empresas no campo, vamos conhecer a história da ex-funcionária de cartório, que há seis anos reuniu as economias e adquiriu uma propriedade na cidade de Silveiras, no Vale do Paraíba. No local passou a criar ovinos destinados a cortes e criou a marca “Fazenda Real da Bocaina”.

Filha de um ex-funcionário do ministério da agricultura, Denise passou a infância e parte da adolescência no campo, na região de Ribeirão Preto. Foi essa vivencia no interior que ajudou na mudança da rotina de escritórios para o ambiente da roça. “Não foi fácil trocar a vida na cidade pelo campo, mas encarar o desafio de administrar um novo negócio me estimulou e ajudou nessa transição”, contou Denise.

Com o objetivo de atender o mercado exigente da gastronomia especializada, investiu em um controle rigoroso de produção para conseguir padronizar seus animais e oferecer cortes dos cordeiros nos tamanhos ideais. Para garantir a qualidade do produto, acompanha todas as fases da produção, desde o nascimento dos animais até o abate, realizado em um abatedouro certificado na cidade de Boituva.

“Faço questão de fazer o transporte até Boituva, há cerca de 200 quilômetros de distância da minha propriedade, mas vale a pena, pois reduzo o estresse dos animais e garanto que a carne não perca suas características”, explicou a empresária.

Redução dos custos

Porém apesar de toda dedicação, a empresária ainda enfrentava dificuldades para reduzir os custos da produção e tornar o negócio mais rentável. A solução surgiu quando ela passou a receber a consultoria de agronegócios do Sebrae-SP. Após uma avaliação criteriosa nos processos, os técnicos identificaram que a mão de obra exercia o maior peso nas contas e a partir disso estão buscando soluções para amenizar esse impacto.

“Passamos a orientar na mensuração do tempo e da mão de obra utilizada em cada fase do processo e a partir dai auxiliamos no desenvolvimento de ferramentas de controle, possibilitando uma redução no impacto econômico da mão de obra fixa e temporária na produção dos cordeiros”, explicou Guilherme Felipe dos Santos, analista de agronegócios do SEBRAE-SP (E.R.Guaratinguetá).

Com essas primeiras mudanças, Denise já conseguiu uma redução de 13% nos gastos com mão de obra, em um período de seis meses. “Esse controle foi importante, pois me possibilitou continuar oferecendo um produto de alto padrão, mas com um custo mais competitivo, pois infelizmente grande parte do mercado valoriza mais preço do que qualidade”, avaliou a empresária.

Atualmente a Fazenda Real da Bocaina produz cerca de sete toneladas de carne de cordeiro por ano, que abastecem restaurantes da Capital, Bragança Paulista, Cunha e Paraty, no litoral sul do Rio de Janeiro. A proprietária também é uma das fornecedoras do Festival do Cordeiro Serrano, evento gastronômico realizado todos os anos, em Cunha.

Fonte: Farmpoint

Você pode se interessar...