Os dados disponibilizados pelo Serviço de Inspeção Federal (MAPA), em relação à quantidade de ovinos abatidos no primeiro semestre do presente ano, registraram um volume de 73,6 mil cabeças e, subsequentemente, uma redução de 39,8% em relação ao mesmo período de 2012, conforme o Gráfico 1.
Com isso, o volume de abates sob inspeção federal em 2013 alcançou apenas 60,2% da escala registrada no primeiro semestre de 2012, gerando uma produção estimada de 1,18 mil toneladas e confirmando mais um ano consecutivo de retração na produção doméstica.
Por sua vez, o volume das importações apresentou uma alta bastante significativa, alcançando, nesse primeiro semestre, cerca de 3,98 mil toneladas, de acordo com o Gráfico 2.
Com relação à 2012, as importações de produtos cárneos ovinos cresceram 74,5% e tiveram como origem o Uruguai, Chile, Argentina, Nova Zelândia e Austrália, com participação de 94,5, 2,9, 1,6, 0,6 e 0,4 pontos percentuais, respectivamente.
Do total embarcado em 2013, cerca de 31,4% foi destinado ao Estado do Paraná, 24,2% para o Mato Grosso do Sul, 18,2% ao Rio Grande do Sul, 17,6% à Santa Catarina, 4,6% para Pernambuco, 1,8% à Minas Gerais, 1,3% para São Paulo, e 0,3% à Bahia, Rio de Janeiro e Ceará (cada Estado).
Acompanhando a trajetória do volume, o valor das importações (free on board) cresceu 57,2% (Gráfico 3) em 2013, fechando o semestre nos 19,4 milhões de dólares.
Com a queda na produção doméstica, o aumento nas importações manteve o saldo positivo da oferta, de forma que o volume de carne ovina disponibilizada no mercado interno nesse primeiro semestre de 2013 chegasse as 5,16 mil toneladas, de acordo com o Gráfico 4.
Com a redução de 39,8% na produção formal e a alta de 74,5% nas importações em 2013, a disponibilidade interna de carne ovina nos principais centros de consumo fechou o semestre com um incremento de 21,7% em relação ao mesmo período de 2012.
No que diz respeito aos preços nominais para o cordeiro, os valores – em reais por quilo de carcaça – apresentaram um balanço positivo comparado à 2012, registrando altas de 0,1, 1,2 e 4,8%, nas praças do Rio Grande do Sul, Bahia e São Paulo, respectivamente, conforme Gráfico 5.
Dessa forma, as cotações atingiram médias de R$ 8,28 no Rio Grande do Sul, R$ 8,77 na Bahia e R$ 11,35 em São Paulo, configurando estabilidade no Rio Grande e uma leve alta nas praças baiana e paulista.
Os resultados do primeiro semestre de 2013 apontam para uma nova retração na produção doméstica, recuperação no volume das importações, aumento na disponibilidade interna e leves incrementos nos preços ao produtor, sustentando uma perspectiva relativamente favorável para o segundo semestre do presente ano que, por sua vez, tende a fechar com melhores resultados do que o anterior. Que assim seja!
Fontes consultadas
EMATER-RS. Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural.
MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
MDIC. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
SEAGRI-BA. Secretaria da Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária do Estado da Bahia.
UNICETEX-USP. Centro de Inovação Tecnológica e Extensão Universitária da Universidade de São Paulo.
Autor: Daniel de Araújo Souza Fortaleza – Ceará
Médico Veterinário, MBA, M.Sc.. Atualmente, realiza Doutorado em Zootecnia (UFC), sendo especializado no sistema agroindustrial da carne ovina. Consultor da Prime ASC – Advanced Sheep Consulting. Facebook.com/prime.asc Twitter.com/prime_asc
Fonte:Farmpoint