Resumo de informações básicas sobre a atividade que tem um enorme espaço para crescimento no Brasil, tendo em vista o abastecimento interno e também o mercado
O temperamento sociável dos carneiros, associado à sua indiscutível utilidade econômica, fez da domesticação da espécie uma das mais antigas da história da civilização, acreditando-se que tenha ocorrido antes de 4000 a.C., na Ásia Central. Ao longo do tempo, foram ocorrendo adaptações em função do clima, solo, disponibilidade de água, alimento e utilização econômica, de tal forma que hoje se estima a existência de mais de 1.400 raças de ovinos em todo o mundo. Estas raças estão classificadas de acordo com as funções econômicas que desempenham, constituindo o segundo maior rebanho do mundo (o primeiro é o bovino). A seleção para lã foi obtida durante o processo de domesticação: os ovinos primitivos apresentavam pelagem formada por dois tipos de fibras, uma de pelos longos, grossos e ásperos e outra com pelos finos, curtos e crespos. Com a evidência da utilidade da lã sobre o pelo, foi sendo realizada progressiva¬mente a seleção para sua obtenção. No Brasil, os primeiros ovinos chegaram em 1556, trazidos pelos colonizadores.
Criar ovelhas é fácil.
Austrália, China, Nova Zelândia, ¬Índia, Espanha, Reino Unido, Argentina, Uruguai e Brasil são países que pos¬suem grandes contingentes de ovinos.
As condições básicas para a criação, além da escolha cuidadosa da raça, são o clima, solo, pastagens, aguadas, condições de mercado, não esquecendo também a boa capacidade técnico-administrativa do criador e habilitação dos empregados.
Algumas palavras do campo
Borrego – carneiro de 7 a 15 meses.
Cabanha – local de criação, fazenda.
Capão – carneiro castrado.
Carneiro – o ovino adulto.
Cascarreio – tosquia em tomo da vulva, nas coxas e cauda, efetuada nas ovelhas antes do parto, para retirar sujidades e tornar o parto mais higiênico.
Cordeiro – carneiro até 7 meses de idade.
Cordeiro-mamão – cordeiro que ainda acompanha a mãe, que mama.
Desolhe – tosquia em torno dos olhos.
Feltragem – enlaçamento que ocorre entre fibras de lã com excesso de escamas.
Marrã – diz-se da fêmea jovem, não parida e não prenhe.
Nonato – não nascido.
Ovelha – a fêmea adulta.
Pelego – a pele do carneiro com a lã.
Pelo cabrum – áspero e liso, semelhante ao de caprinos.
Suarda – substância gordurosa existente na lã dos ovinos.
Velo – cobertura de lã de carneiro, ovelhas ou cordeiro.
Condições ideais para os animais
Clima – O mais propício para a cria¬ção de lanados é o temperado frio em latitudes de 250 a 400 Norte e Sul; a baixa latitude pode ser compensada pela altitude. A temperatura adequada está entre 22 e 25ºC, com umidade relativa entre 55% a 70% (em altas temperaturas) e 65% a 91% (em baixas temperaturas). A precipitação pluviométrica ¬anual deve estar entre 4.900 e 1.400 mm. Os deslanados apreciam regiões quentes e secas, com chuvas entre 500 a 2.000 mm.
Solo – As características do solo são importantes para a escolha da raça a ser criada. Raças mistas são mais exigentes e devem ser criadas em planí¬cies e vales férteis, com solo permeável. Solos pobres, com baixo valor nutritivo, podem ser utilizados para a criação de raças mais leves, produtoras de lã, ou deslanadas. O solo precisa ser corrigido, drenado e deve haver bastante sombra nas áreas de pastagem, pois a radiação solar direta causa efeitos nocivos ao conforto térmico do animal.
Alimentação e pastagens – A ideal é a pastagem rasteira, abundante e de boa qualidade. Em boas pastagens, com manejo rotativo, podem ser mantidos 10 animais por hectare; em pastos mais pobres, de uso contínuo, a capacidade é de 3 cabeças por hectare. Consomem também as plantas infestantes do pasto, inclusive a que não é consumida pelos bovinos. Na época de escassez de pasto, é necessário complementar a alimentação com forrageiras de inverno, como a aveia e o centeio, alimentos concentrados e mistura mineral. Para a formação de piquetes utilizar gramíneas rasteiras, de hábito prostrado e decumbente, se possível consorciadas com ¬leguminosas. Os capins mais utilizados no Sudeste e Centro-Oeste são: Transvala, Pangola, Pensacola, Setária, ¬Coast-Cross, grama Seda, Missioneira, Batatais, Brachiaria humidícula e Aruana. No Nordeste existem variedades de capim Buffel, Transvala e Urocloa. No Sul há o consórcio entre os Trevos, Azevém e Aveia.
Aguadas – Os ovinos ingerem 3 a 4 litros de água no inverno e de 5 a 6 litros no verão.
É interessante que a propriedade possua aguadas sem poluição, com fundo pedregoso ou arenoso. Brejos e baixadas pantanosas são indesejáveis. Na falta de cursos de água naturais devem ser construídos bebedouros de acordo com o tamanho do rebanho.
Revista O Berro
Nome: Ovino
Classe: Mammalia
Ordem: Artiodactyla
Família: Bovidae
Subfamília: Caprinae
Tribo: Caprini
Gênero: Ovis
Espécie: Aries
Fonte: Revista o Berro