O momento dos Clones?

Em fevereiro de 1997, o Instituto Roslin, da Escócia, revela ao mundo o primeiro clone de um mamífero adulto, a ovelha Dolly. Ela teve uma vida normal, produziu seus cordeiros, e no ano de 2003, depois de detectado um tipo de artrite degenerativa, e para evitar uma morte dolorosa, a ovelha mais famosa do mundo foi sacrificada e deixou um legado para a ciência mundial. Hoje, seu corpo encontra-se empalhado no Royal Museu em Endiburgo, na própria Escócia.

No Brasil, o primeiro clone bovino foi apresentado em março de 2001, uma fêmea da raça Simental, batizada de Vitória, nascida no laboratório da EMBRAPA do Distrito Federal. Desde que foi concebida, Vitória foi tratada como uma fêmea normal, sem qualquer privilégio, a não ser pelo constante monitoramento dos pesquisadores da EMBRAPA e dos veterinários da UNB – Universidade de Brasília. Em 2005 ela produziu a sua primeira cria, a Glória, e depois pariu o Galante. Em 2004 nasceu a Vitoriosa, que foi o primeiro clone de um clone produzido no País. Um conceito difícil de entender e de colocar em prática.

Do ano de 1997 a 2012, percorremos 15 anos, e muitos avanços foram conquistados. Na raça Nelore, um dos maiores raçadores do Brasil, o touro Fajardo da GB, morreu e deixou um clone para dar continuidade à sua prole destacada, mas a cópia não igualou o seu idealizador, nem na produção e nem na comercialização de sêmen.

Na Raça Santa Inês, as tentativas acontecem seguidamente. A primeira clonagem de um animal aconteceu com o trabalho da Varrela Pecuária e Dubom, que levaram o carneiro EL Beduino para clonagem, mas não houve sucesso no projeto. As outras tentativas foram realizadas pelo Rebanho SIM, da família Cotrim, com o carneiro MB Impacto. O produto gerado da clonagem sobreviveu apenas 2 dias. E na mais recente tentativa de clonagem, da excepcional ovelha MB Jane, o produto gerado sobreviveu 5 dias e faleceu em decorrência de uma má formação de uma artéria.

Mas me contou Fábio Cotrim, que segue animado com seu projeto, em agosto deste ano está programado o nascimento dos clones do grande Camará. Vamos torcer para o êxito da empreitada.

No ano passado, a raça Guzerá produziu seu primeiro clone no mundo. Iniciativa do criador VirgilioVillefort e Assis Melo, que clonaram a matriz Homenagem AM. A bezerra nasceu com 34 Kg, e com dois meses de nascida, já estava com 80 Kg.A Raça Brahman teve no Brasil seu primeiro clone apresentado neste ano, com a bezerra IMPE 1872. Ela foi gerada através das células da fêmea IMPE 3, uma das mais consagradas matrizes seleção nacional, super campeã de pista e matriz vitalícia .

Na 78ªEXPOZEBÚ, que aconteceu em Uberaba/MG no mês de maio, os clones foram os destaques de vendas de dois eventos que aconteceram no dia 4 de maio. No tradicional Leilão Elo de Raça, o animal mais valorizado da noite foia venda de 50% do clone da vaca da raça Nelore: Essência TE da Guadalupe, que foi Grande Campeã Nacional em 2001 e recordista de preço. A fêmea Essência TE da Guadalupe TN2 (segundo clone da “velha” Essência) foi comercializado por R$ 740.000 para a Agrozurita e Mario Florêncio Cuesta.

No leilão Genética Provada da RaçaGir Leiteiro, aconteceu a venda de 33% do Clone da vaca Dengosa TE, da Faz Mutum. Uma vaca de 12 anos de vida que foi recordista mundial de produção de leite com 9.298 Kg/leite na sua primeira lactação e que também foi Grande Campeã Nacional. O clone nascido e apresentado como bezerra, foi arrematado pelo valor de R$ 615.000 (valor maior do que a venda da própria Dengosa, que alcançou o preço de R$ 660.000, para 50% de sua sociedade) e comprada pelo criador da Colômbia, Jorge Moreno. Os clones estão nascendo e vingando, mas será que eles vem para somar na genética brasileira, ou são apenas mais um atrativo devendas ? O tempo nós dirá.

Fonte: Revista Cabra e Ovelha

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