A arte de transformar lã em peças, de modo associativo, tem transformado vidas de mulheres de São Miguel das Missões. Há três gerações, a alternativa de lazer e renda é disseminada entre as famílias da comunidade. A associação é formada por agricultoras rurais, assentadas de reforma agrária e agricultura familiar. Para que a arte em lã seja consolidada, o trabalho começa a campo e a partir da etapa da tosa, uma trama de união é formada para lavar o pelego, cardar a lã, tecer o fio e finalizar a peça.
No ano passado, 1.200 quilos de lã foram transformados de forma artesanal em baixeiros, peças utilizadas no lombo do cavalo. No entanto também são tecidos casacos, palas, coletes, entre outras peças. “Já foram transportadas peças para São Paulo, como casacos e cobertas. Mandamos mercadorias para vários lugares. Onde o pessoal encomenda, a gente envia”, destaca a artesã Veroni Tem Caten. Segundo ela, aos poucos os resultados do esforço são colhidos. “Além de lidar em casa com as vacas, eu ajudo no artesanato. Com o que sobrou comprei uma ordenhadeira para facilitar o trabalho, além de uma moto para vir até a tecelagem”, afirma.
Além de alternativa de renda, o artesanato pode ser um importante aliado para a qualidade de vida. “Não é preciso vender o artesanato. O interessante, é que no momento que você está bordando, tecendo, tricotando, ou fazendo qualquer outro tipo de artesanato, você está com a mente ocupada”, enumera a extensionista de Bem-Estar Social da Emater/RS-Ascar, em São Miguel das Missões, Fátima Zink Primaz.
Outras informações sobre a formação de associação e o trabalho com artesanato podem ser obtidas nos escritórios municipais da Emater/RS-Ascar.
Fonte: Farmpoint