Aroeira, camomila, canela, erva-doce, maracujá e morango. Esses são alguns dos aromas dos sabonetes artesanais, a base de leite de cabra, produzidos pelas mulheres da Cooperativa Natu Capri do município de Maravilha (AL). A atividade, que recebe apoio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), é uma alternativa de renda para as famílias no semiárido alagoano e tem transformado a vida das 20 trabalhadoras cooperadas.
“Quando essas mulheres começaram a produzir os sabonetes a base de leite de cabra, a maioria era agricultora e só trabalhava no campo. Hoje, elas estudam e estão se formando graças ao desenvolvimento da associação e do apoio da Codevasf”, afirma a diretora de marketing e comercialização da cooperativa, Ana Patrícia Alves.
A produtora Rizalva Ferreira da Silva, há dois anos na cooperativa, está satisfeita com a nova ocupação. “Eu era agricultora, trabalhava capinando na roça, com enxada mesmo, para ajudar meu esposo com o gado. Surgiu a chance de entrar para a cooperativa, participei de uma oficina e fui selecionada. Agora faço os sabonetes, além de fornecer o leite, usado na produção, com as seis cabras que crio”, diz.
A cooperativa de mulheres alagoanas é uma das beneficiadas pela estruturação dos Arranjos Produtivos Locais (APLs) promovida pela Codevasf desde 2004. Além da implantação da fábrica de cosméticos artesanais da cooperativa, a Companhia realiza capacitações e outras ações relativas às diversas atividades produtivas trabalhadas.
“As ações buscam agregar valor aos produtos por meio do artesanato, desenvolver capacidades da população e incentivar a preservação da cultura regional”, destaca a chefe da Unidade de Arranjos Produtivos da Codevasf, Rosangela Soares Matos.
Os APLs são caracterizados por um número significativo de empreendimentos e de indivíduos que atuam em torno de uma atividade produtiva predominante na região, como a ovinocaprinocultura, fruticultura, bovinocultura, apicultura, aquicultura e mandiocultura. A estruturação e o fortalecimento dos arranjos produtivos têm forte impacto na vida dos moradores do semiárido.
“Eu era meio acanhada, mas já estou me desenrolando, vendendo bem, participando de eventos. É uma melhoria para todas as mulheres, cada uma tem suas funções. Ainda ajudo meu esposo na roça, mas a cooperativa é minha atividade principal. Está ótimo lá”, comemora Rizalva Ferreira da Silva, que também participa do conselho fiscal da Natu Capri.
Os sabonetes artesanias a base do leite de cabra produzidos pela cooperativa, além de ricos em vitaminas e hidratantes, possuem propriedades rejuvenescedoras e calmantes. Entre medicinais e aromáticos, a linha de produção tem dez tipos de sabonetes: aroeira, aveia e mel, babosa, camomila, canela, capim-limão, erva-doce, juá, maracujá e morango. “O sabonete de aroeira hoje é o nosso carro-chefe. Ele é anti-inflamatório e atua combatendo bactérias, manchas na pele e coceiras”, explica a diretora de marketing e comercialização da cooperativa, Ana Patrícia Alves.
Apoio aos APLs
Desde 2004, a Codevasf atua na estruturação das atividades produtivas da aquicultura, apicultura, bovinocultura, fruticultura, ovinocaprinocultura, horticultura, mandiocultura, economia criativa, avicultura e cajucultura. A empresa promove o desenvolvimento regional em benefício das populações das bacias dos rios São Francisco, Parnaíba, Itapecuru e Mearim.
A partir de 2012, em parceria com Secretaria de Desenvolvimento Regional do Ministério da Integração Nacional (SDR/MI), a Companhia passou a ser uma das principais executoras do eixo de inclusão produtiva do Plano Brasil Sem Miséria – Programa de Desenvolvimento Regional, Territorial Sustentável e Economia Solidária – sendo as “Rotas de Integração Nacional” a principal estratégia de atuação no adensamento de APLs.
A estruturação dos arranjos produtivos é feita por meio da mobilização e orientação dos produtores, que são estimulados a atuar associadamente. Após a identificação dos pontos frágeis da cadeia produtiva, a Codevasf busca atuar na promoção de seu fortalecimento, seja na produção, por meio da doação de equipamentos, insumos e animais, seja na melhoria da qualidade do produto, com a construção de unidades de produção e beneficiamento, bem como em capacitações, necessárias para o êxito das atividades.
Fonte: Farmpoint